sábado, 5 de junho de 2010

Arte Greca




Introdução
Não se pode dizer que a arte grega tenha desaparecido com o advento do Império Romano. A arte romana era, essencialmente, a arte grega temperada com elementos etruscos — e os etruscos, por sua vez, foram também intensamente influenciados pelos gregos durante o Período Arcaico.
A arte de Roma, naturalmente, tinha características e tradições próprias, como por exemplo o gosto por retratos fiéis e as obras comemorativas realistas. Desde os últimos séculos do Período Helenístico, porém, a expressão artística sempre se pautou por modelos gregos clássicos. Foi um verdadeiro "casamento" entre o gosto romano e a habilidade grega...
Durante o Império, romanos de posses continuaram a contratar artistas gregos para decorar suas suntuosas residências. O governo romano, igualmente, tornou-se também um grande patrocinador de arte e financiou, além da criação de novas cidades, templos, monumentos e esculturas para a glorificação dos imperadores.
O declínio do império, a partir do século III, foi acompanhado pelo declínio da tradição clássica e o crescente prestígio do cristianismo, em detrimento do paganismo, trouxe novos temas à arte greco-romana. Mesmo assim, a arte grega não desapareceu: as mais antigas imagens de Jesus Cristo, por exemplo, seguiam fielmente o estilo greco-romano "pagão" e mostravam-no jovem e sem barba.
Do século IV em diante, com o estabelecimento do Império Romano do Oriente, a arquitetura e o mosaico, especialmente, tiveram grande impulso. Novas influências orientais vieram então se unir aos elementos gregos, romanos e cristãos dos séculos anteriores e moldar o estilo bizantino primitivo, característico dos séculos V e VI.

Os gregos criaram, ao longo de sua história, as mais variadas formas de arte — desde as mais simples, como as moedas, até as verdadeiramente monumentais, como templos, estátuas em tamanho natural e maravilhosos relevos.
Muitas dessas obras se perderam graças a sucessivos terremotos, incêndios, demolições, guerras e saques, em diversas épocas. Além das inevitáveis perdas acidentais, houve também destruição intencional, como o caso dos monumentos demolidos para a reutilização do mármore em construções e o das estátuas de ouro e bronze derretidas para aproveitamento do metal.
Chegaram aos nossos dias, apesar de tudo, fragmentos mais ou menos completos de várias estátuas e relevos, as ruínas dos templos e grande quantidade de vasos de cerâmica. Através da recuperação de numerosas cópias romanas de originais gregos perdidos foi possível, além disso, reconstituir pelo menos em parte as principais características artísticas de diversos escultores e pintores.
De outras formas de arte, notadamente a arte portátil (jóias, moedas, pinturas em painel, objetos e ornamentos diversos), infelizmente, pouca coisa restou.
As estátuas das divindades precisavam ser protegidas contra as intempéries, e assim surgiram os primeiros templos gregos. Os templos mais antigos eram em geral simples construções de madeira e não resistiram ao tempo; mas, a partir do Período Arcaico, a pedra passou a ser utilizada na construção e, embora muito danificados, muitos desses templos chegaram até nós.
A construção do templo visava abrigar as estátuas dos deuses e não acomodar os fiéis. Praticamente todas as cerimônias religiosas eram realizadas ao ar livre, em altares especialmente preparados para cada evento.
A partir do século -VII a maioria dos templos era constituída por um recinto chamado naos (gr. ναός) ou cella, onde ficava a estátua cultual do deus, e um pórtico de entrada[1] com colunas, o pronaos (gr. πρόναος). Os templos maiores e mais importantes eram construídos em elevações e o núcleo era cercado por uma ou mais séries de colunas, chamadas, em conjunto, de peristilo (gr. περίστυλος). Assim como as estátuas, os templos também costumavam ser pintados com cores vivas.

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